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Pernambuco terá sistema automatizado de identificação balística

O Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC), por meio da parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), recebeu o novo Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab). O objetivo é criar um banco de dados sobre armas e projéteis relacionados a crimes, aumentando a resolução dos delitos praticados com o uso de armas de fogo.

 

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A Polícia Científica de Pernambuco passa a fazer parte do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), implantado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.  O Sinab prevê a formação de um banco de dados envolvendo todos os Estados da federação e a Polícia Federal, no qual serão cadastrados projéteis e armas relacionados a crimes cometidos em território brasileiro. Durante a manhã desta sexta-feira (11), a comitiva da Secretaria Nacional de Segurança Pública visitou o Instituto de Criminalística (IC) para acompanhar a implantação do novo sistema, ao lado do gerente geral de Polícia Científica, Fernando Benevides.

Pernambuco é um dos cinco estados que firmaram acordo de cooperação técnica com a Senasp para iniciar o Sinab, junto com Espírito Santo, Goiás, Pará e Paraná, além da Polícia Federal. “Pernambuco tem uma participação diferenciada, com qualidade nesses projetos nacionais, levando para a sociedade as melhorias que realmente se espera na segurança pública, que é o combate à criminalidade", pontuou o coordenador geral de Pesquisa e Inovação da Senasp, o perito criminal Guilherme Silveira Jacques.

O IC recebeu da Senasp um Sistema de Identificação Balística (SIB) para escanear munições e armas, cadastrando-as em um banco de dados acessível de qualquer unidade da federação que trabalhe com o mesmo equipamento. “Na prática, os elementos vão ser coletados como já são nos locais de crime ou recuperados nos corpos no IML. Existe o trabalho de confronto prévio que o perito faz antes de colocar no banco. Depois disso o trabalho diário é feito de inserção, escaneamento, tratamento da imagem e busca no sistema para ver se encontra a coincidência”, explicou o coordenador do Comitê Gestor do SINAB, o perito criminal federal Lehi Sudy dos Santos.

Com a nova tecnologia será possível relacionar crimes cometidos com a mesma arma, uniformizar procedimentos, integrar nacionalmente os crimes investigados pelas polícias estaduais e federal. “É um momento muito importante a aquisição desses aparelhos, que são essenciais para desvendar crimes e fazer prevalecer a justiça”, pontuou o gerente geral de Polícia Científica, Fernando Benevides. A previsão é que o Estado adquira mais duas máquinas até o fim do ano, que serão usadas pelo IC no Recife e em Caruaru. Os peritos criminais e auxiliares de perito do Laboratório de Balística Forense de Pernambuco já receberam treinamento para utilizar a nova tecnologia.

Segundo o perito criminal João César Ferreira de Araújo, que coordena a implantação do Sinab em Pernambuco, o sistema conferirá mais efetividade às investigações criminais. "O grande ganho será a possibilidade de correlação entre locais de crime por meio da balística. Funciona assim: o projétil possui características que são como o DNA do disparo. Dessa maneira, o sistema será capaz de mostrar, automaticamente, se projéteis encontrados no corpo de vítimas, inclusive em locais de crime diferentes, vieram da mesma arma. Isso facilita a produção de provas que levem à identificação dos autores. Será uma poderosa ferramenta de elucidação de homicídios", explica.

A perita criminal na área de balística, Raqueli Alves da Silva, complemetou: “Com essa aquisição e a integração dos dados, vai ser possível mapear áreas de organização perigosa que atuam em grande perímetros e também regiões com alta incidência de homicídios. E, assim, aperfeiçoar as políticas públicas que visam diminuir a incidência desse tipo de crime, de assalto a banco, homicídios, feminicídios e tráfico de drogas”.

Todas as munições e armas cadastradas pelo IC de Pernambuco irão compor o Banco Nacional de Perfis Balísticos, uma rede que integrará todos os estados brasileiros até o fim de 2022. Assim, busca-se ampliar a efetividade dos exames de comparação balística e agilizar as investigações de crimes pelas Polícias Civis e pela Polícia Federal.

 

Foto: Elvano Nazir/SDS