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Férias: atenção com crianças deve ser redobrada para evitar acidentes domésticos

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Corpo de Bombeiros faz alerta sobre os riscos e orienta os cuidados adequados, incluindo uma maior necessidade de supervisão quando os pequenos estão em casa

 

Chegaram as tão sonhadas férias escolares. Tempo de lazer e descanso, mas também de redobrar os cuidados com crianças de todas as idades. Cheios de disposição, os pequenos querem gastar as energias com brincadeiras e atividades. No entanto, é neste período onde a supervisão deve ser ainda maior, para evitar os acidentes domésticos.

Considerado um ambiente seguro, é justamente no lar onde estão os potenciais riscos de acidentes domésticos, tornando as crianças mais vulneráveis por não terem bem definida a noção de perigo, além de vivenciarem a curiosidade natural própria da idade.

Levantamento do Ministério da Saúde aponta que o maior número de mortes infantis na faixa etária de 0 a 4 anos ocorre por acidentes dentro de casa, por isso a proteção e os cuidados devem ser reforçados, sobretudo nas férias. As crianças maiores e no início da adolescência, no entanto, também não estão livres dos riscos. Entre os anos de 2021 e 2022, foram contabilizadas 1.616 mortes dessa natureza no País, até os 14 anos, uma média de 23 óbitos por dia.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) estima que, na época das férias, os casos de choques, queimaduras, quedas, afogamentos e intoxicações aumentam consideravelmente, em torno de 25%, se comparado aos outros meses do ano. No entanto, ainda segundo a SBP, 90% desses acidentes são evitáveis. Em todo o Brasil, a cada ano, são registrados, em média, 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças.

Em Pernambuco, apenas em 2023, o Corpo de Bombeiros atendeu 309 ocorrências envolvendo crianças de 0 a 12 anos, incluindo acidentes domésticos. "Na grande maioria das vezes, são situações que podem ser prevenidas com supervisão em tempo integral dos pais ou responsáveis, além de adoção de medidas simples para minimizar os possíveis riscos", esclareceu o segundo tenente do CBMPE, Ítalo Fonseca.

O cuidado com a presença dos pequenos em cada cômodo e ambiente de um lar deve ser levado em consideração quando o assunto é prevenção. "O fato de as crianças passarem mais tempo em casa nas férias potencializa os riscos. São situações que os pais e cuidadores muitas vezes não percebem, mas precisam ficar atentos para evitar fatalidades. Todo cuidado é pouco", alertou o segundo tenente.

Da varanda à área de serviço, em todos os locais podem ser encontrados objetos e materiais que não são brincadeira de criança. "A cozinha requer um cuidado especial, pois oferece muitos riscos: o ideal é não permitir a circulação no local, sobretudo com o fogão ligado. As panelas, por sua vez, devem estar nas bocas de trás e com cabos voltados para dentro, dificultando que sejam puxados. Talheres pontiagudos devem ser guardados dentro de gavetas, preferencialmente trancados. E voltados para baixo, se estiverem no escorredor", orientou Ítalo Fonseca (VER BOX ABAIXO).

O casal Giselle Melo e Wagner Rocha são os pais zelosos de três crianças ativas e saudáveis: Benício, de 6 anos; Bernardo, de 3 anos; e a caçulinha da família, Beatriz, de 1 ano. Para eles, o bem-estar dos meninos é a maior prioridade. “Neste tempo de férias, redobramos a vigilância, pois eles passam mais tempo expostos a riscos que existem no ambiente de casa. Ficamos mais atentos para evitar a circulação na cozinha e impedir que abram portas e gavetas, dentre outras situações que possam provocar acidentes. Mesmo trabalhando fora, procuramos estar mais presentes nesse período, o que é muito importante para a segurança deles”, afirmou Giselle.

Cuidado nas áreas externas também é fundamental

 

Uma boa supervisão é a chave para reforçar a segurança nas férias da garotada. Além do ambiente doméstico, nas áreas externas os cuidados também são fundamentais. Em locais como vias públicas, há riscos de atropelamentos. Brinquedos de parques, por sua vez, podem causar quedas e machucados.

Já praias e piscinas devem ser observados, com a máxima atenção. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) morrem, em média, 4 crianças por dia, vítimas de afogamentos. O ideal é que piscinas domésticas sejam cobertas por lonas, ou ainda cercadas com grades. Brinquedos devem ser mantidos fora da água, para evitar chamarem atenção.

Em caso de acidentes, é fundamental buscar os primeiros socorros, acionando o serviço de urgência, numero 193, do Corpo de Bombeiros de Pernambuco.

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BOX|

Confira outras orientações do CBMPE para a segurança dos pequenos em casa:

- Os brinquedos devem ser adequados a cada idade, evitando-se peças pequenas e pontiagudas, além de embalagens de balas e bombons, para prevenir os riscos de engasgos ou sufocamento, caso a criança os levem à boca;

- Atenção às tomadas nas salas e quartos: como normalmente são instaladas em locais mais baixos, é importante colocar os plugues de segurança adequados, evitando os choques. Fios elétricos, por sua vez, devem estar isolados;

- Proteção nas janelas e varandas: devem ser colocadas telas ou grades com espaçamento reduzido, de modo que a criança não consiga passar a cabeça;

- Ideal é não utilizar tapetes, ou ao menos que sejam antiderrapantes, para não ocorrerem quedas. Armários e gavetas devem estar trancados, para que não sejam “escalados”;

- Forros e toalhas de mesa: importante que sejam curtos, para evitar que a criança puxe e se machuque com objetos, líquidos ou alimentos quentes que estejam sobre a mesa;

- Manter a tampa do vaso sanitário fechada e não deixar bacias com água no banheiro, para impedir afogamentos;

- Produtos de limpeza, produtos químicos, remédios e outros materiais tóxicos devem estar longe do alcance das crianças, para que não fiquem expostas à ingestão acidental. Embalagens, a exemplo de garrafas pets, não devem ser reutilizadas;

- Da mesma forma, objetos cortantes e aparelhos como lâminas de barbear, tesouras e secadores de cabelo devem ser bem guardados.