O projeto “Meninas que sonham se tornam mulheres de visão”, da ONG Visão Mundial, foi realizado em parceria com o Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) da Secretaria, no Centro de Atendimento Socioeducativo do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. O objetivo é atuar na sensibilização e conscientização da rede de proteção e combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
A Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) e do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente da Polícia Civil (DPCA), participou na sexta-feira (19/07) de ação de prevenção à violência e à exploração sexual no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do Cordeiro. Nessa unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), o NETP atuou em parceria com a ONG Visão Mundial em um projeto que utiliza bonecas como ferramentas de conscientização sobre como se proteger de abusos.
O projeto, intitulado “Meninas que sonham se tornam mulheres de visão”, utiliza a metodologia “Brincando a gente se protege” e tem sido realizado com sucesso pela ONG em escolas, igrejas e outros espaços comunitários de Pernambuco de forma pioneira no Brasil, depois de ser desenvolvido na Irlanda. A ação preventiva teve o formato de um “chá de bonecas”, partindo do uso de 30 Bonecas do Sentimento, doadas ao NETP pelo grupo Garotas Criativas do Recife com o intuito de apoiar essa ação na unidade da Funase.
“São bonecas com duas expressões, tendo um lado alegre e o outro triste, com as quais trabalhamos a autoproteção e o autoconhecimento, para que as crianças possam identificar tipos de toque, os segredos que não devem guardar e saber como procurar ajuda”, explica a coordenadora nacional da Visão Mundial, Simea Meldrun.
Para Jeanne Aguiar, gestora do NETP, as internas do Case podem ser grandes aliadas da rede de proteção. “Essa ação do chá de bonecas foi adaptada para as meninas do Case, com o intuito de promover uma sensibilização a respeito da existência da rede de proteção a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A ideia é confeccionar mais Bonecas do Sentimento e fortalecer esse trabalho”, acrescenta.
A diretora do Case, Lígia Vasconcelos, falou da importância da participação da sociedade civil na ressocialização. “São iniciativas como o chá de bonecas que transformam o futuro das internadas do Case. E ter o apoio da sociedade é extremamente importante, uma vez que fortalece a autoestima delas e faz com que recordem que não estão sozinhas, e que elas mesmas podem fazer diferença na vida de crianças e adolescentes apoiando a rede de proteção e combate ao abuso e exploração sexual”, declarou.
“Quero contribuir para produção das bonecas do sentimento e ajudar. Para que outras crianças estejam em segurança, longe de toda maldade. É uma das formas que encontrei para construir um novo futuro para minha vida”, disse a interna T. A., de 14 anos.
O encontro contou com depoimentos e palestras (com a equipe do DPCA), além de um círculo de oração com a Igreja Ministério Apascentar do Recife, muita música e um coffee break.
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