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Crime ocorreu em fevereiro deste ano, quando três conselheiros tutelares e uma idosa foram assassinados a tiros em uma estrada do município

A oficial de justiça Bernadete Siqueira Britto de Rocha, de 52 anos, foi apontada como mandante da chacina que vitimou três conselheiros tutelares e uma idosa, em Poção, Agreste de Pernambuco. O crime ocorreu na noite do dia 6 de fevereiro deste ano. O resultado do inquérito foi apresentando pela Secretaria de Defesa Social na manhã desta segunda-feira (20) durante coletiva, na sede da Polícia Civil.

De acordo com a polícia, Bernadete exercia a guarda da neta, vítima sobrevivente da cena do crime, cuja guarda oficial era do pai, José Cláudio de Britto Siqueira Filho, de 32. A oficial de justiça manteve, através do filho, a disputa judicial pela guarda com a família materna da criança. As brigas entre as famílias eram caracterizada por intensa rivalidade, ameaças e até agressões.

Ainda de acordo com a polícia, ela planejava o crime desde novembro de 2014, quando a mesma alienou a residência da família no intuito de obter recursos para financiar a execução do crime.

Bernadete Rocha teria pago R$ 45 mil pelo crime, e tinha ainda a intenção de matar todos os parentes maternos que pudessem ficar com a guarda da neta, de acordo com a investigação, que foi concluída em pouco mais de dois meses.

Para o delegado de Polícia Civil responsável pelas investigações, Erick Lessa, havia duas motivações para o crime. "Foram dois motivos. A guarda da criança, que foi uma disputa muito firme entre as duas famílias, mas também desavenças e ameaças mútuas", comentou o delegado.

Na ocasião da chacina, três conselheiros tutelares e uma mulher de 62 anos - avó materna da neta de Bernadete Rocha - foram mortos. A única sobrevivente da chacina foi à neta de Bernadete, uma criança de três anos. A avó paterna é suspeita ainda de ter matado a mãe da criança por envenenamento, em dezembro de 2012.

Os conselheiros eram Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, José Daniel Farias Monteiro, de 31, e Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54. Já a senhora que morreu na chacina era Ana Rita Venâncio, de 63, esposa de João Batista, avó materno da criança.

Bernadete contou com o apoio direto do advogado e amigo íntimo, José Vicente Pereira Cardoso da Silva, de 59, que junto ao detento da Penitenciária de Arcoverde, Leandro José da Silva, de 25, conhecido como Léo da Coca, fez a interação com os executores, Égon Augusto Nunes de Oliveira, de 27, e Wellington Silvestre dos Santos, 27 anos, conhecido como Chaves. Leandro ainda manteve contato com Orivaldo Godê de Oliveira, conhecido como Zeto, e Ednaldo Afondo da Silva, que auxiliaram e facilitaram a fuga dos executores.

Seis dos sete participantes da chacina estão presos. O acusado Wellington ainda está encontra foragido.

“Após compromisso com governo do Estado, e a determinação do governador Paulo Câmara para que fosse concedida prioridade a investigação, hoje estamos prestando conta de um crime bárbaro que não vai ficar impune. O crime foi esclarecido e os culpados vão pagar pelos atos”, afirmou o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

Os acusados responderão por quatro homicídios duplamente qualificados e podem pegar até 210 anos de prisão.

Já o filho de Bernadete, José Claudio, não foi indiciado por não haver elementos que comprovem envolvimento na chacina.

As investigações da chacina de Poção contou com a participação do Ministério Público de Pernambuco – MPPE, a Polícia Militar de Pernambuco, a Polícia Civil do Maranhão e a do Pará, o Sistema Penitenciário de Pernambuco, a Polícia Científica de Pernambuco, além do Disque Denúncia do Agreste do Estado.

“Parabenizo e agradeço aos condutores do inquérito por mais um trabalho finalizado com empenho e dedicação”, declarou o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antonio Barros.

Durante o inquérito foram cumpridos 17 mandados de prisão, sete de busca e apreensão, além de sete indiciamentos.

Participaram da operação 20 policiais.